Página das dúvidas!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

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Texto de Didática: A opção pelo subdesenvolvimento

A opção pelo subdesenvolvimento
Gustavo Ioschpe

"Diferentemente do palavrório de alguns, os
trabalhadores brasileiros não ganham pouco
por ser vítimas de uma elite branca e má, mas
por ser pouco produtivos. São assim porque
a escola falhou com eles"

A situação educacional brasileira é trágica. Poucos discordam dessa constatação. Muito poucos se perguntam por que isso é tão ruinoso e, ainda, por que é tão mais desastroso agora. A primeira e mais óbvia resposta seria: porque estamos privando uma enorme fatia da nossa população dos conhecimentos mínimos necessários para uma vida engajada, consciente, livre e produtiva. Mas basta notar que os cruzamentos de nossas grandes cidades se tornaram abrigos ou espetáculos circenses dos marginalizados para entender que qualquer apelo à solidariedade humana está fadado ao fracasso neste país cordial. Apesar da resistência que educadores e pedagogos têm à intromissão de economistas, empresários e afins em seu território, é neles que se encontrará a revolução educacional de que o país necessita. Porque esses grupos conseguem deixar de tratar a educação unicamente como um fim em si mesma para entender que ela tem um papel vital – e urgente – a cumprir no desenvolvimento do Brasil. Essas vozes dizem e dirão o que a sociedade precisa ouvir: com o nosso sistema educacional atual, estamos condenados ao atraso eterno. Se a fraternidade não o convence a cuidar de nossa educação, faça-o por interesse próprio, portanto.

É impossível a um país desenvolver-se no século XXI quando sua população ainda não resolveu problemas do século XIX. A comparação não é exagerada. Ainda não conseguimos ensinar nossas crianças a ler e a escrever, coisa que outros países já fazem há mais de 100 anos. O resultado final é termos só 26% de nossa população de 15 a 64 anos plenamente alfabetizada. A má qualidade do sistema – e não a falta de vagas – faz com que só 20% de nossos jovens cheguem à educação superior. Países como Coréia do Sul, Finlândia, Estados Unidos e Noruega já passaram dos 80% – quatro vezes mais, portanto. Os outros países desenvolvidos têm taxas próximas de 60%. Chile, Argentina e Uruguai estão na casa dos 40%. A China assusta ainda mais: foi de 6% em 1998 para quase 20% agora.

Essa comparação não é uma competição de vaidades, mas o indicador de uma capacidade fundamental de uma nação: produção de cérebros. Cérebro, hoje, é o patrimônio mais valioso que um país pode ter. Essa é a mudança fundamental que vem redesenhando o mundo e para a qual o Brasil ainda não acordou: a riqueza das nações não está em sua terra, seu clima, seus recursos naturais ou minerais. Em sua maioria, esses fatores já cumpriram seu papel. Hoje e daqui para a frente o progresso se dará pelo aumento de produtividade, pela geração de bens de alto valor agregado. O aumento de produtividade só vem com melhor instrução, com treinamento adequado, pelo desenvolvimento de novas tecnologias. A raiz de todos esses fenômenos é uma só: educação.

Nossas carências nessa área e seus impactos socioeconômicos se tornarão mais aparentes e agudos nas próximas décadas, mas já são visíveis. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam o Brasil em 49º lugar em termos de produtividade – são necessários quatro trabalhadores brasileiros para produzir o mesmo que um americano. Estar mal posicionado é esperado para um país subdesenvolvido. O preocupante é estarmos piorando de um ano para o outro, como mostra a pesquisa da OIT. Dados do IBGE do ano passado indicam que mesmo dentro do Brasil estamos retrocedendo: a participação de indústrias de alta concentração tecnológica diminuiu sua participação no PIB no período de 2000 a 2003.

Os negacionistas empedernidos dirão que o Brasil está mal, mas que sempre foi assim. Que sempre estivemos distantes, tecnologicamente, dos países desenvolvidos e que, mesmo assim, conseguimos taxas invejáveis de crescimento econômico no século passado. Que, eliminados os problemas de juros, câmbio e infra-estrutura, o gigante adormecido acordará e tornar-se-á a potência com que todos sonhamos.

Infelizmente, não é verdade. O descompasso de qualificação entre o Brasil e os países de renda média e alta aumentou enormemente nas últimas décadas. Porque esses países perceberam a importância do capital humano e se esforçaram para massificar o conhecimento em seu nível mais alto, o universitário. De 1980 a 2000, por exemplo, a Malásia aumentou seu número de matrícula universitária em 539%, a Coréia em 429%, Portugal em 368%, o Chile em 202% e a média dos países da OCDE em 146%. O Brasil? Só 45%. É muito em termos absolutos, mas muito pouco ante o que acontece no resto do mundo. Vamos ficando para trás. E, em um período de enormes e rápidos avanços, cada etapa perdida torna a tarefa de equiparação exponencialmente mais difícil. Se persistirem as tendências recentes, em breve não estaremos batalhando pelo acesso ao Primeiro Mundo, mas, sim, para nos mantermos no estágio de subdesenvolvimento atual. Nas décadas de 70 e 80, fomos ultrapassados pelos Tigres Asiáticos. Nos anos 90 e atualmente, assistimos inertes ao forte crescimento de China, Índia, Chile e Europa Oriental. Onde estaremos daqui a vinte anos? Competindo com a África? Gabando-nos de que nosso maravilhoso solo é mais rico que o da Antártica?

Essa perspectiva sombria não diz respeito apenas à posição internacional do Brasil. Os efeitos são igualmente sentidos em nosso bem-estar interno, no dia-a-dia de todos. Estudos que analisam os fatores determinantes da desigualdade de renda brasileira, essa nossa chaga vergonhosa, são unânimes ao apontar a causa, que é disparada a mais importante: desigualdade educacional. Ela sozinha explica de 40% a 50% de nossa desigualdade de renda, enquanto outros fatores comumente apontados como vilões – diferenças de gênero, raça, região geográfica e ocupação – não aparecem com mais de 10% cada um.

Essas desigualdades de renda e educação, por sua vez, alimentam aquele que talvez seja hoje o maior pesadelo dos habitantes das grandes cidades: a violência. Estudos quantitativos nessa área começam a ser feitos no Brasil. Nos EUA, onde a literatura é mais robusta, os resultados são claros: o aumento de escolaridade – especialmente completar a high school, o ensino médio – tem impacto significativo sobre a redução da criminalidade. Uma pesquisa estimou que um aumento de 1% da taxa nacional de conclusão do ensino médio causaria 400 homicídios e 8.000 agressões a menos por ano, gerando uma economia de 1,4 bilhão de dólares. Um ano adicional de escolaridade traria uma diminuição de 30% de homicídios e agressões, 20% de roubo de veículos e 6% de furto de domicílios. Os autores do estudo concluíram que se obteria maior redução da criminalidade investindo na expansão da escola secundária do que na da força policial.

O filme Notícias de uma Guerra Particular traduz a frieza desses números para a realidade brasileira com uma pungência inescapável. Ao perguntar a jovens membros do tráfico de drogas o porquê de sua opção pelo crime, o diretor João Moreira Salles ouve alguns dizer não querer repetir a trajetória de seus pais e avós, que trabalharam de sol a sol por décadas por salários miseráveis, terminando a vida na mesma precariedade em que vieram ao mundo. O fato não justifica nem desculpa o crime, mas representa uma realidade. Só que, diferentemente do palavrório de alguns, os trabalhadores brasileiros não ganham pouco por ser vítimas de uma elite branca e má, mas por ser pouco produtivos. São assim porque a escola falhou com eles. Enquanto ela continuar como está, tendemos a seguir sendo um país irrelevante para o mundo e desalentador para os brasileiros.

Fonte: Veja On Line
http://veja.abril.com.br/300806/p_104.html


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Educação Infantil texto extraido do livro: Referencial Curricular para Educação Infantil Vol. 1

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE

CRECHES E PRÉ-ESCOLAS


O atendimento institucional à criança pequena, no Brasil e no mundo, apresenta ao longo de sua história concepções bastante divergentes sobre sua finalidade social. Grande parte dessas instituições nasceram com o objetivo de atender exclusivamente às crianças de baixa renda. O uso de creches e de programas pré-escolares como estratégia para combater a pobreza e resolver problemas ligados à sobrevivência das crianças foi, durante muitos anos, justificativa para a existência de atendimentos de baixo custo, com aplicações orçamentárias insuficientes, escassez de recursos materiais; precariedade de instalações; formação insuficiente de seus profissionais e alta proporção de crianças por adulto. Constituir-se em um equipamento só para pobres, principalmente no caso das instituições de educação infantil, financiadas ou mantidas pelo poder público*, significou em muitas situações atuar de forma compensatória para sanar as supostas faltas e carências das crianças e de suas famílias. A tônica do trabalho institucional foi pautada por uma visão que estigmatizava a população de baixa renda. Nessa perspectiva, o atendimento era entendido como um favor oferecido para poucos, selecionados por critérios excludentes. A concepção educacional era marcada por características assistencialistas, sem considerar as questões de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade. Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para várias questões que vão muito além dos aspectos legais. Envolve, principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, as responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante das crianças pequenas. Embora haja um consenso sobre a necessidade de que a educação para as crianças pequenas deva promover a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança, considerando que esta é um ser completo e indivisível, as divergências estão exatamente no que se entende sobre o que seja trabalhar com cada um desses aspectos. Há práticas que privilegiam os cuidados físicos, partindo de concepções que compreendem a criança pequena como carente, frágil, dependente e passiva, e que levam à construção de procedimentos e rotinas rígidas, dependentes todo o tempo da ação direta do adulto. Isso resulta em períodos longos de espera entre um cuidado e outro, sem que a singularidade e individualidade de cada criança seja respeitada. Essas práticas tolhem a possibilidade de independência e as oportunidades das crianças de aprenderem sobre o cuidado de si, do outro e do ambiente. Em concepções mais abrangentes os cuidados são compreendidos como aqueles referentes à proteção, saúde e alimentação, incluindo as necessidades de afeto, interação, estimulação, segurança e brincadeiras que possibilitem a exploração e a descoberta. Outras práticas têm privilegiado as necessidades emocionais apresentando os mais diversos enfoques ao longo da história do atendimento infantil. A preocupação com o desenvolvimento emocional da criança pequena resultou em propostas nas quais, principalmente nas creches, os profissionais deveriam atuar como substitutos maternos. Outra tendência foi usar o espaço de educação infantil para o desenvolvimento de uma pedagogia relacional, baseada exclusivamente no estabelecimento de relações pessoais intensas entre adultos e crianças. Desenvolvimento cognitivo é outro assunto polêmico presente em algumas práticas. O termo “cognitivo” aparece ora especificamente ligado ao desenvolvimento das estruturas do pensamento, ou seja, da capacidade de generalizar, recordar, formar conceitos e raciocinar logicamente, ora se referindo a aprendizagens de conteúdos específicos. A polêmica entre a concepção que entende que a educação deve principalmente promover a construção das estruturas cognitivas e aquela que enfatiza a construção de conhecimentos como meta da educação, pouco contribui porque o desenvolvimento das capacidades cognitivas do pensamento humano mantém uma relação estreita com o processo das aprendizagens específicas que as experiências educacionais podem proporcionar. Polêmicas sobre cuidar e educar, sobre o papel do afeto na relação pedagógica e sobre educar para o desenvolvimento ou para o conhecimento têm constituído, portanto, o panorama de fundo sobre o qual se constroem as propostas em educação infantil.

2 Segundo a definição da LDB, as instituições públicas são aquelas criadas ou incorporadas, mantidas e

administradas pelo poder público. As privadas são aquelas instituídas, mantidas e administradas por pessoas

físicas ou jurídicas de direito privado. Estas se dividem em comunitárias, confessionais e filantrópicas.


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Sejam bem vindos em nosso novo Blog!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Estamos de volta, agora com um novo blog, esperamos que vocês comentem nosso posts, mande-nos sua opinião, crítica ou sugestão, e se você tiver alguma dúvida sobre trabalhos, pesquisas ou provas, é só mandar um e-mail para turma-3002@hotmail.com, ou se preferir é só comentar em nosso blog, e se pudermos te ajudar lhe responderemos o mais breve possível...

Sejam bem vindos em nosso novo blog!!!



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